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publicado em 8 de Outubro de 2009 | em Notícias e Política

Dependência do Oriente

Sabe quais são as marcas de computadores que fabricam verdadeiramente as suas máquinas? Apenas uma meia dúzia de marcas orientais, cujas fábricas estão na China e em Taiwan.

Actualmente, não há qualquer marca ocidental que produza totalmente os seus computadores. As poucas fábricas existentes na Europa e nos Estados Unidos limitam-se a montar componentes que, na sua esmagadora maioria, são fabricados…na China e em Taiwan.

Esta dependência não me parece nada razoável numa altura em que a tecnologia assume um papel tão importante em qualquer mercado e, consequentemente, na economia.

Ainda por cima, a China está longe de ser uma democracia e este país nunca escondeu que está interessado em recuperar o território de Taiwan.

A este respeito, a falência da Qimonda, que era um dos poucos sobreviventes ocidentais no fabrico de semicondutores, tem consequências muito além da perda económica que representa para Portugal.

Há ainda outra evolução relativamente recente no mercado que aumenta a minha apreensão. Falo do crescendo das marcas orientais. Fabricantes que anteriormente só produziam para marcas ocidentais estão a assumir – e bem – as suas marcas e a expandir o negócio.

Ao fim de contas, como é óbvio, estas empresas ganham mais dinheiro quando vendem directamente os seus produtos do que quando produzem para outros. Na verdade, fabricantes como a Asustek e a MSI estão, pouco a pouco, a deixar de precisar das marcas ocidentais.

Considerado tudo isto, pergunto, o que aconteceria num worst case scenario, como uma guerra económica ou mesmo bélica entre o Ocidente e o Oriente? O que aconteceria se os fabricantes orientais fechassem a torneira dos componentes por estas ou por outras razões? Por exemplo, dados recentes provam que a economia e a saúde globais estão longe de ser valores seguros.

É certo que a Europa e os Estados Unidos têm a tecnologia e o know-how para recuperar o fabrico destes componentes, mas não é de um dia para o outro que se montam fábricas e se formam pessoas para trabalhar nelas.

Sérgio Magno, In “Exame Informática”

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